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Conheça Alto Horizonte, a cidade de Goiás que mais produz cobre no Brasil

Com produção mineral estimada em 65 mil toneladas por dia – o equivalente a 24 milhões de toneladas por ano –, Alto Horizonte colhe os frutos da atividade mineradora

Publicada em 07/06/25 às 10:52h - 13 visualizações

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Conheça Alto Horizonte, a cidade de Goiás que mais produz cobre no Brasil
 (Foto: Rádio Rir Brasil - Itapuranga-Goias : Direção: Ronaldo Castro - 62 9 9 6 0 8-5 6 9 5 )

A cerca de 330 quilômetros de Goiânia, no norte de Goiás, o município de Alto Horizonte passou por uma transformação significativa nos últimos anos. Tradicionalmente voltada à agropecuária, com destaque para a produção leiteira, a cidade de pouco mais de 6 mil habitantes teve sua economia revolucionada a partir de 2007, quando teve início a extração de cobre e ouro em jazidas locais.

Imagem aérea de Alto Horizonte l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Com produção mineral estimada em 65 mil toneladas por dia – o equivalente a 24 milhões de toneladas por ano, Alto Horizonte colhe os frutos da atividade mineradora. A mudança é perceptível não apenas nos indicadores econômicos, mas também na infraestrutura e qualidade dos serviços públicos oferecidos à população. A produção comercial teve início em 2007 em Alto Horizonte com a Mineração Maracá. A Lundin Mining assumiu a operação em julho de 2019.

Durante visita ao município, a reportagem do Jornal Opção constatou avanços visíveis: ruas asfaltadas e bem conservadas, cidade limpa e arborizada, lixeiras padronizadas, unidades de saúde com atendimento médico em tempo integral, escolas municipais com boa estrutura e equipamentos públicos em excelente estado, como o estádio de futebol e um clube recreativo completo, de acesso gratuito para a população, entre outros.

De acordo com a Secretaria de Indústria e Comércio (SIC), os indicadores sociais confirmam essa evolução. Dados do Atlas Brasil revelam que o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Alto Horizonte saltou de 0,557 em 2000 para 0,719 em 2010. No mesmo período, o município vizinho de Nova Iguaçu de Goiás, sem presença da atividade mineradora, evoluiu de 0,514 para 0,655.

Ainda segundo a SIC, a variação do Produto Interno Bruto (PIB) per capita da região acompanha de perto a movimentação comercial da Lundin Mining, atual responsável pela operação da Mineração Maracá, desde 2019. Segundo dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), em 2022, Alto Horizonte foi o 9º município brasileiro com maior produção mineral bruta do brasil: foram 26.319.201,78 toneladas de minério de cobre e ouro naquele ano.

A renda per capita mensal em Alto Horizonte mais que dobrou entre 2000 e 2010, passando de R$ 305,61 para R$ 661,19 (valores corrigidos para agosto de 2010). Esse crescimento econômico também impactou na redução dos índices de pobreza. Vale destacar que atualmente, ninguém trabalha por menos de “dois salários mínimos”, disse um comerciante local.

Em 2000, 9,73% da população era considerada extremamente pobre, 36,56% eram pobres e 63,72% estava vulnerável à pobreza. Já em 2010, esses percentuais caíram para 1,38%, 6,10% e 28,05%, respectivamente.

Dados do Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal reforçam a tendência de melhoria. Entre 2014 e 2017, a proporção de pessoas em extrema pobreza inscritas no sistema, mesmo após o recebimento do Bolsa Família, caiu de 8,89% para 2,79%. No mesmo intervalo, a proporção de pobres caiu de 36,71% para 30,95%.

O índice de Gini, que mede a desigualdade de renda, também apresentou leve queda no período, passando de 0,51 em 2000 para 0,49 em 2010, sinalizando uma redução na desigualdade socioeconômica local. Vale lembrar que todos os dados são do último Censo, realizado em 2010.

No entanto, é perceptível a preocupação da população com o período pós-mineração, pois, segundo moradores, o poder público não tem apresentado projetos concretos que viabilizem economicamente o município após o fim das atividades da mineradora.

Mesmo com os avanços, a população continua cobrando mais ações dos gestores públicos, como a construção de um hospital municipal, a implantação de uma faculdade e a oferta de cursos técnicos para que os jovens possam se qualificar e ocupar cargos na mineradora e em empresas prestadoras de serviços para a Lundin Mining.

Escola municipal de alto padrão l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Moradores, comerciantes e autoridades locais celebram o desenvolvimento, mas temem pelo futuro

Luziana Silva Oliveira Marques, de 29 anos, afirma que Alto Horizonte prosperou com a chegada da mineradora Lundin Mining e que ela e o marido aproveitaram o crescimento para abrir um negócio próprio na praça principal da cidade. “A gente viu a oportunidade de montar nosso próprio negócio, que foi vender pastel e caldo de cana. E tem dado certo, sim”, relata.

Ela reconhece que o custo de vida aumentou: “É um pouco elevado o custo de vida aqui em Alto Horizonte. Os aluguéis são bastante caros.” No entanto, vê isso como consequência do desenvolvimento: “Isso é o ônus da prosperidade, né? Mas isso significa que a cidade está prosperando.”

Luziana celebra conquistas pessoais, como a casa própria: “Este ano consegui comprar minha casa, graças também ao apoio do município.” E elogia os serviços públicos: “A cidade é bem arrumada, bonita, não tenho do que reclamar. A saúde aqui é muito boa, a escola, a educação, a qualidade são muito boas.”

Luziana Silva Oliveira: “a cidade é bem arrumada, bonita, não tenho do que reclamar” l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Para ela, os avanços estão diretamente ligados à atuação da mineradora: “Tudo isso é por causa da mineradora.  Se não fosse a mineradora, não seria assim, com certeza”, frisa.

Luís Henrique Leon Reis, de 20 anos, é natural de Alto Horizonte (GO) e estudante na área de engenharia da computação, com especialização em programação. Em entrevista, ele compartilhou sua percepção sobre as mudanças vividas pela cidade ao longo dos anos, especialmente após a instalação da mineradora.

“Minha mãe viveu a vida toda aqui e tem fotos antigas que mostram como era Alto Horizonte antes. Quase não havia asfalto, a maioria das ruas era de terra”, relembra. Apesar da infraestrutura precária da época, ele destaca que a educação sempre foi valorizada. “O estudo sempre foi ótimo. As pessoas buscavam conhecimento e queriam fazer a cidade crescer. Meu bisavô foi um dos primeiros a chegar na região e hoje dá nome à escola estadual.”

Luís Henrique: “a cidade melhorou bastante por causa da mineração” l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Luís Henrique estudou toda a vida em instituições públicas e hoje atua como freelancer para empresas internacionais. Ele reconhece que a presença da mineradora impulsionou significativamente o desenvolvimento local. “A cidade melhorou bastante por causa da mineração. Muitas pessoas conseguiram emprego e conquistaram o que têm hoje graças a isso.”

No entanto, ele também aponta desafios atuais. “O custo de vida está muito elevado, especialmente no mercado. Quem não conseguiu emprego na mineradora às vezes sofre um pouco”, afirma. Ainda assim, ele observa que boa parte dessas pessoas encontrou alternativas. “Muitos abrem o próprio negócio. Se o senhor andar pelo centro, vai encontrar muita coisa funcionando.”

Apesar das dificuldades, o jovem é categórico: “A cidade melhorou bastante, isso não tem como negar.”

Morador de Alto Horizonte desde 1994, o comerciante Rogério Oliveira Vieira, 41 anos, avalia que a cidade passou por grandes transformações econômicas e sociais após a chegada da mineradora. Segundo ele, o comércio local antes era sustentado basicamente pela pecuária, mas hoje depende fortemente das atividades extrativas.

“Antigamente a cidade era bem parada, o movimento era pouco. O comércio vinha mais da pecuária. Agora está independente, mas porque depende da mineração. A pecuária já quase não é o que sustenta a cidade”, afirmou.

Rogério Oliveira: “com a chegada da mineradora, as vendas melhoraram bastante” l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Rogério vê com preocupação a possibilidade de a mineradora encerrar suas atividades no município. “Se a mineração vai embora, nós vamos pensar com o que a cidade vai viver. A prefeitura emprega bastante gente, mas porque tem a mineradora. Se não fosse ela, a prefeitura não teria a renda que tem. A gestão municipal tem que pensar no depois, senão a cidade pode acabar”, alertou.

Ele cita exemplos de cidades goianas que enfrentaram declínio econômico após o fim da mineração, como Crixás e Campos Verdes. E reforça que, no seu caso, os impactos positivos foram diretos. “Com a chegada da mineradora, as vendas melhoraram bastante, não dá nem para comparar. Aumentamos o número de funcionários de cinco para 12. Mas ainda é pouco, está difícil encontrar mão de obra”, contou.

Segundo ele, a falta de trabalhadores qualificados tem feito empresas trazerem pessoal de fora. “Hoje a realidade é outra. A gente pagava um salário, agora paga dois. Tem muita oferta de emprego, mas não tem mão de obra.”

Rogério também critica gestões anteriores por não aproveitarem o potencial de crescimento do município. “A cidade deveria estar melhor. O prefeito anterior teve quatro mandatos e não deixou a cidade crescer. Parece que queria manter a cidade pequena para manter o povo na mão dele”, disse.

E conclui: “Se hoje a mineradora saísse, teria que demitir funcionários.”

A profissional da área da saúde, Danila Goretti avalia que a cidade passou por transformações importantes nos últimos anos. Segundo ela, o município está mais desenvolvido e bem estruturado, embora reconheça que nem todos os impactos tenham sido positivos.

Danila Goretti: “tem mais médicos, tem o pronto-socorro que ampliou” l Foto: Fabio Costa

“A cidade ficou mais cuidada, mais bonita”, afirma. No entanto, Danila pondera que o crescimento trouxe também consequências ambientais. “Mas só que, por fato ambiental, já degradou bastante, né?”, admite.

Na área da saúde, ela percebe avanços significativos. “Melhorou bastante. Bastante. É perceptível isso”, destaca. Ela cita a ampliação do pronto-socorro e a contratação de novos profissionais como exemplos concretos das melhorias. “Tem mais médicos, tem o pronto-socorro que ampliou. Isso ajudou bastante. As consultas em si também têm saído com mais frequência.”

Danila relata ainda que o sistema de agendamento foi otimizado. “Geralmente é só um dia de agendamento. A gente trabalha com agendamento, e isso tem funcionado bem”, explica.

Apesar das dificuldades e dos impactos ambientais, Danila afirma ter um forte vínculo com a cidade. “Eu amo morar aqui. Eu sou meia assim para falar, mas para mim é ótimo. Eu não me vejo fora daqui. Eu gosto muito de Alto Horizonte.”

Ela também aponta o aquecimento da economia como fator positivo. “A cidade tem muitas ofertas de emprego, muito trabalho. Desenvolveu a cidade, de Fato. Não tem como negar isso”, conclui.

UBS de qualidade l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Com uma década de atuação em Alto Horizonte, o médico da Estratégia Saúde da Família Valdeci Alves de Almeida afirma que a instalação da mineradora na cidade trouxe transformações significativas para o município e toda a região. Morador de Mara Rosa, cidade vizinha, ele acompanhou de perto as mudanças estruturais e sociais provocadas pela atividade mineral.

“A mineradora foi uma sorte para o município e para a região, que antes era voltada basicamente para a agricultura e agropecuária. Quando a empresa chegou, trouxe diversos benefícios, especialmente um respaldo financeiro merecido para a cidade”, afirmou o médico.

Segundo Valdeci, houve um crescimento expressivo na infraestrutura de Alto Horizonte. “Foi um incremento em todas as áreas: saúde, educação, moradia. A repercussão financeira foi muito positiva, mas junto com isso vieram também muitas obrigações para o município, principalmente na área da saúde”, destacou.

A rotatividade de pessoas que chegam à cidade em busca de oportunidades e acesso aos serviços públicos impõe desafios constantes ao sistema de saúde. “Tem muita gente que muda para cá por causa dos recursos que a prefeitura disponibiliza. A população sabe que aqui praticamente tem tudo, e realmente tem, porque a condição financeira do município permite uma estrutura mais robusta”, explicou.

Valdeci reforça que a saúde no município é referência na região. “A saúde aqui se destaca. Comparado a outros municípios, Alto Horizonte oferece um atendimento muito bom. A cidade tem estrutura para atender o triplo da população fixa, que seria em torno de 5 mil habitantes. Por conta da rotatividade e da estrutura oferecida, acabamos atendendo também moradores de cidades vizinhas”, relatou.

Para o médico, os impactos da mineração são amplamente positivos. “É claro que isso exige mais segurança, mais escolaridade, mais capacitação. O pessoal que vem trabalhar precisa estar preparado. Mas os benefícios superam os desafios. Todo lugar que tem uma mineradora vive essa cobrança por melhorias, e junto com ela vem o investimento necessário. Então o impacto é muito positivo.”

Médico Valdeci Alves: “a mineradora foi uma sorte para o município e para a região” l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Com a complexidade crescente da demanda, os profissionais de saúde também precisam evoluir. “Os médicos precisam se especializar mais, estar mais capacitados. A rotatividade populacional traz casos que não seriam esperados numa cidade pequena, então é necessário ter experiência e preparo para lidar com situações diversas no dia a dia”, concluiu.

O presidente da Câmara Municipal de Alto Horizonte, vereador Ataílton Pereira de Souza (União Brasil), avalia que a chegada da mineradora Maracá teve grande impacto no desenvolvimento da cidade, mas critica decisões recentes da atual administração.

“Sou mais velho que a cidade. Nasci aqui na região e vi como tudo mudou com a mineração. Houve avanço na qualidade de vida, saúde, habitação e infraestrutura. A arrecadação do município hoje gira entre R$ 140 e R$ 150 milhões por ano”, destacou o parlamentar, que cumpre seu segundo mandato.

Segundo ele, o município quase não depende de recursos federais, devido à forte receita proporcionada pela atividade mineral. “Com pouco mais de seis mil habitantes, temos arrecadação proporcional à de cidades muito maiores. Isso deveria se traduzir em mais benefícios para a população”, afirmou.

Ataílton Pereira, vereador e presidente da Câmara Municipal l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Ataílton, no entanto, critica a atual gestão por não manter investimentos considerados essenciais. “O SESI/SENAI oferecia ensino técnico gratuito à comunidade. Era uma oportunidade para os jovens saírem do ensino médio com formação profissional. Mas a atual administração cancelou o contrato. Nem a limpeza da cidade está como antes”, disse.

O vereador afirmou que tentou impedir o fim da parceria, mas que a decisão foi unilateral do prefeito. “Foi uma escolha dele. Como vereador, não tive poder para barrar”, completou.

Para o aposentado Wilson Araújo Barreto, 73 anos, morador de Alto Horizonte há mais de 40 anos, a cidade mudou muito após a chegada da mineradora, mas nem tudo melhorou como deveria. “A cidade, como era antes da chegada da mineradora? Era bonitinha como é hoje? As coisas eram boas como são hoje? Não, não era assim não, mas deveria ser bem melhor pelo tanto que arrecada”, afirma.

Wilson critica a atuação da prefeitura e dos políticos locais, ressaltando que eles deveriam fazer mais com os recursos disponíveis. “Na minha avaliação, a prefeitura, os políticos, tinham que fazer mais. Tem tanto dinheiro, deveriam fazer mais”, destaca.

Para ele, a saúde pública na cidade é um dos principais problemas. “A saúde era para ser melhor. Não tem nem um hospital aqui, tudo precisa ir para fora. Dentro da cidade, a cidade está bem cuidada, mas a gente que é mais velho precisa de uma saúde melhor”, relata.

Wilson Araújo: “a gestão municipal tinha que fazer mais pela cidade” l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Wilson também aponta a dificuldade enfrentada pelos moradores em situação mais vulnerável. “Os mais fracos de situação às vezes têm que correr atrás de saúde em outra cidade. E pode acontecer às vezes de precisar e não ser bem atendido”, diz.

Por fim, ele reforça que a gestão municipal precisa ser mais eficiente, especialmente por conta da grande arrecadação. “A gestão municipal tinha que fazer mais, tinha que fazer mais porque arrecada muito”, conclui.

Hadryan Giovani Fernandes Pacheco, estudante de Medicina Veterinária de 20 anos, acredita que a chegada da mineradora transformou a cidade. “Com certeza, desde o momento em que a mineradora chegou, a cidade cresceu e evoluiu”, afirma. Segundo ele, houve aumento no número de empregos, valorização de terras e animais, além de crescimento do consumo. “Hoje, um alqueire aqui está praticamente o dobro do valor”, observa.

Hadryan Giovani: “precisamos de mais investimentos no comércio local” l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Hadryan também destaca melhorias salariais: “O salário praticamente dobrou”. No entanto, aponta a necessidade de diversificar a economia. “Precisamos de mais investimentos no comércio local”, defende, sugerindo ainda a criação de um centro de controle de zoonoses.

Ele demonstra preocupação com o futuro do município sem a mineração. “Se a mineradora for embora, a cidade praticamente acaba.” Quanto à educação, critica a falta de ensino superior na cidade: “Quem quer uma formação tem que sair daqui”. Para ele, a prefeitura deveria investir na criação de uma faculdade. “Isso podia ser diferente.”

Pai de uma estudante da rede municipal, Ricardo Pereira Ramos avalia positivamente a educação pública em Alto Horizonte, mas acredita que os recursos oriundos da mineração podem ser mais bem aproveitados.

“A educação aqui é boa, vejo isso pelo desempenho da minha filha na escola. Os repasses da mineradora ajudam bastante, sim”, afirmou. No entanto, Ricardo considera que ainda há espaço para avanços: “Acho que dá para investir mais, melhorar ainda mais. A gente sabe que entra muito dinheiro com a mineração, então poderiam contribuir mais com o município”.

Ricardo Pereira: “a educação aqui é boa” l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Ele defende especialmente a ampliação de oportunidades para a juventude local. “Faculdade é mais difícil de trazer, mas dá para criar mais cursos técnicos, principalmente voltados para a área da mineração. Isso ajudaria os jovens daqui a terem mais oportunidades”, completou.

Ruglys Carvalho, 26 anos, afirma ter um profundo apreço pela cidade e demonstra preocupação com o futuro do município, especialmente diante da possibilidade de esgotamento da atividade mineradora.

“Sou criado aqui e tenho uma estima enorme por Alto Horizonte. Sonho com um futuro melhor, com ou sem a mineração”, afirmou. Para ele, a transformação positiva do município depende de ações concretas do poder público. “Nós podemos atuar em prol da nossa cidade, mas é preciso que as políticas públicas e sociais beneficiem toda a população, não apenas uma parcela ligada à política, como acontece há anos.”

Ruglys critica o uso indevido dos recursos públicos e a insuficiência de investimentos em áreas fundamentais. “Alguns políticos enriquecem às custas do dinheiro público, enquanto a saúde, a educação, a infraestrutura e o lazer continuam precários, medianos, medíocres”, disse.

O jovem reconhece a importância da mineração para a economia local. “A mineração é importante para a geração de renda, principalmente com os royalties da exploração mineral”, explicou. No entanto, aponta incoerências entre a arrecadação do município e a qualidade dos serviços oferecidos à população. “Com um PIB per capita de cerca de R$ 190 mil e uma arrecadação anual em torno de R$ 170 milhões, não é admissível que a cidade continue sem indústrias, sem perspectiva de futuro e com serviços tão limitados.”

Ruglys Carvalho: “alguns políticos enriquecem às custas do dinheiro público” l Foto: Acerco pessoal

Para Ruglys, a riqueza gerada pela mineração só se reverte em benefícios reais quando há compromisso dos gestores públicos com o bem-estar coletivo. “A mineração só gera lucro para uma cidade quando os governantes aplicam os recursos em políticas públicas de verdade. Educação, saúde, infraestrutura, cultura, turismo… tudo pode melhorar, mas os políticos precisam trabalhar para isso. Infelizmente, são insuficientes.”

Mineração responsável e legado social: os compromissos da Lundin Mining em Alto Horizonte

A atuação da Lundin Mining em Alto Horizonte, no norte goiano, tem se consolidado como um modelo de mineração responsável no Brasil. Segundo o diretor de Sustentabilidade de Projetos da empresa, Marcos Lewin, ética, escuta ativa da comunidade e investimentos sociais são os pilares que sustentam as operações. “A mineração responsável é aquela que cuida das pessoas e dos processos. Estamos sempre atentos aos impactos e ouvindo a comunidade para agir de forma correta”, afirma.

Marcos Lewin: “aais do que extrair minérios, a empresa busca deixar um legado positivo” l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Meio ambiente e segurança como prioridade

Com a barragem de rejeitos licenciada até 2042 e estrutura estável conforme atestado pela Declaração de Condição de Estabilidade (DCE), renovada semestralmente, a mineradora garante segurança e transparência. Auditorias internas e externas são complementadas pela realização periódica do PAEBM (Plano de Ação de Emergência para Barragens de Rejeito), que envolve a comunidade, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, polícias e a prefeitura.

Na área ambiental, a Lundin adota monitoramento contínuo da água, controle em tempo real da emissão de poeira e ruídos, além de fiscalização constante da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD).

Desenvolvimento regional e impacto econômico

A presença da mineradora transformou Alto Horizonte. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município subiu de 0,5 para 0,7, impulsionado por melhorias em educação, renda e longevidade. A arrecadação local reflete essa mudança: são R$ 40 milhões em CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral), dos quais 25% beneficiam também Nova Iguaçu, além de R$ 25 milhões em ISS pagos por prestadoras de serviço e R$ 60 milhões anuais em receita municipal.

Mina a céu aberto l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

A Lundin emprega 1.100 funcionários diretos e mais 1.000 terceirizados, movimentando a economia de cidades vizinhas como Campinorte e Uruaçu. “Mais do que extrair minérios, a empresa busca deixar um legado positivo”, diz Lewin.


Ações sociais e futuro pós-mineração

Os investimentos sociais da Lundin somam R$ 5 milhões por ano. A empresa mantém um programa de parcerias com moradores, apoia a agricultura familiar com projetos de energia solar e currais eficientes, e financia ações de proteção à infância, como salas de leitura e campanhas no Fundo da Infância e Adolescência.

Além disso, realiza o evento “Dia Integrar”, com serviços gratuitos de saúde, educação e cidadania, em parceria com secretarias municipais. “Mesmo sem obrigação legal, fazemos parcerias com as prefeituras porque acreditamos no desenvolvimento a longo prazo”, afirma Lewin.

Pensando no futuro, a mineradora contratou a consultoria Agenda Pública para apoiar a criação de um plano municipal de desenvolvimento para os próximos 10 anos, com foco em diversificação econômica e redução da dependência da mineração.

Economia circular e inovação ambiental

A empresa já iniciou o planejamento para o encerramento progressivo da mina, previsto para 2042, com recuperação ambiental das áreas exploradas e transformação da barragem em espaço verde.

Mina a céu aberto l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Um dos projetos mais inovadores está no uso de rejeitos como remineralizador do solo. Testes em áreas de cultivo apontaram aumento de produtividade entre 3% e 15%. “Queremos transformar a barragem em um extrator de fertilizante natural. É um projeto de continuidade econômica”, destaca o diretor.

A iniciativa já tem aval do Ministério da Agricultura e segue em testes em Palmeirópolis (GO), com objetivo de produção em escala.

Inclusão, formação e diversidade

Internamente, a Lundin preza pela formação de mão de obra local, oferecendo programas de estágio, jovem aprendiz e capacitação. Cerca de 13% dos trabalhadores são mulheres, número que a empresa pretende aumentar para 30% até 2030, em alinhamento com metas do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).

“Capacitamos e colocamos mulheres em posições estratégicas. A diversidade melhora o ambiente de trabalho”, ressalta Lewin.

A saúde e segurança dos cerca de 2.200 trabalhadores também são prioridade. “Sempre digo: sustentabilidade começa pela saúde e segurança. São pais, mães, filhos trabalhando aqui. Eles precisam voltar para casa em segurança.”

Transparência e reconhecimento internacional

A Lundin mantém o projeto “Portas Abertas”, que promove escuta ativa com a comunidade e conta com um centro de monitoramento ambiental 24 horas por dia. A operação, que segue padrões internacionais, exporta cobre e ouro para Europa e China.

Segundo Lewin, o reconhecimento vai além dos números: “O mais importante é o orgulho da comunidade e o conhecimento que estamos exportando. Estamos atraindo profissionais do Brasil inteiro.”

Para ele, o desafio de equilibrar desenvolvimento, proteção ambiental e justiça social é permanente. “Esse é o caminho para uma mineração verdadeiramente responsável.”

Parceria com os municípios

A Lundin Mining, tem investido em parcerias com os municípios de Alto Horizonte e Nova Iguaçu de Goiás para fomentar o desenvolvimento econômico e preparar as cidades para um futuro sem a dependência da mineração. A informação é da consultora jurídica e de relações institucionais sênior da empresa, Isabela Camila da Cunha.

Vista por dentro da mina l Foto: Lundin Mining

“Sabemos que a mineração é uma atividade cíclica. Por isso, atuamos junto aos municípios para que eles se desenvolvam de forma independente, aproveitando os recursos atuais para se prepararem para o futuro”, afirmou.

Atualmente, cerca de 80% da receita de Alto Horizonte depende da mineração. Para reduzir essa dependência, a empresa participa da elaboração de leis e programas locais de dinamismo econômico. “Trabalhamos com as prefeituras na construção de políticas públicas que incentivem outras atividades, como a agropecuária e a indústria”, disse Isabela.

A atuação da empresa também envolve diálogo constante com o poder público. “Nos sentimos parte da comunidade. Muitos dos nossos colaboradores e suas famílias vivem aqui, então temos responsabilidade com o desenvolvimento da região”, destacou.

A relação com o governo estadual também é próxima. Segundo a consultora, a operação da mina é licenciada pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad), com quem a empresa mantém contato frequente. “No ano passado, tivemos seis fiscalizações diretas. Acreditamos que a transparência é fundamental para fortalecer a confiança mútua e agilizar processos”, explicou.

Isabela também ressaltou a importância da aproximação institucional. “Recebemos autoridades do Executivo, Legislativo e forças de segurança na mina para que conheçam nossa operação de perto. Promovemos, por exemplo, simulações anuais de segurança de barragens com a participação desses agentes”, afirmou. “É fundamental que eles estejam preparados e engajados com a nossa realidade”.

Isabela Camila: “nos sentimos parte da comunidade” l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

A contribuição da mineradora vai além da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). “Somos também os maiores contribuintes do ISS em Alto Horizonte. Nosso impacto é relevante para a arrecadação municipal”, completou.

Presença da mineradora vai além da extração mineral

Josielle Padilha Silvestre, coordenadora de performance social e relações com comunidades da empresa, destaca que a presença da mineradora vai além da extração mineral.

“A gente fala muito da transformação social que ocorre com a implantação de uma mina em um município. Ela começa desde o desenvolvimento econômico local e regional”, afirma Josielle.

Ela explica que a área que coordena mantém o diálogo com a comunidade e executa programas de investimento social, como o Programa de Parcerias, que apoia entidades e empreendedores locais com projetos de impacto social. “As inscrições deste ano encerram no dia 30 de maio. Órgãos públicos, instituições da sociedade civil, associações, cooperativas e até microempreendedoras podem participar.”

Josielle Padilha: “a relação com a comunidade local é prioridade da empresa” l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Além disso, a empresa desenvolve o Programa de Desenvolvimento Rural, que apoia mais de 100 produtores com assistência técnica e investimentos em infraestrutura, como energia solar, currais e tanques para piscicultura. “Cada produtor pode receber até R$ 75 mil em materiais ou serviços ao longo de três anos.”

Josielle ressalta ainda o foco no futuro pós-mineração, por meio do Programa de Diversificação Econômica, criado em parceria com a gestão pública e entidades civis. “Foi feito um diagnóstico, mapeamento e planejamento. O plano já foi aprovado pela Câmara de Vereadores e deve ultrapassar gestões, pensando na sustentabilidade econômica do município.”

Sobre o tempo de vida útil da mina, Josielle destaca: “A reserva atual tem projeção até a década de 2050, mas o município precisa se preparar para cenários de variação no mercado. Temos que aproveitar o momento atual para investir em ações que garantam o futuro da cidade.”

A relação com a comunidade local é prioridade da empresa. “Essas pessoas já estavam aqui desde a década de 1950. Nós escolhemos nos relacionar com respeito mútuo, ouvindo e entendendo as expectativas da comunidade. Nosso compromisso é minimizar impactos e deixar um legado positivo.”

A mineradora também contribui indiretamente para melhorias na infraestrutura local por meio da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), que financia áreas como saúde e educação.

Na área de capacitação profissional, Josielle destaca os cursos técnicos e programas de estágio em parceria com o Sistema S. “No programa de jovem aprendiz, por exemplo, quando abrimos 40 vagas, recebemos mais de 200 inscrições. Isso mostra que a comunidade quer se capacitar e buscar oportunidades.”

Em resumo, ela reforça o compromisso com a valorização da mão de obra local: “Incentivamos a contratação de moradores da região e buscamos sempre capacitar a comunidade para que ela possa participar dos nossos processos seletivos.”

Sem perspectiva a engenheiro de processo

Fagno Gonçalves da Silva, de 40 anos é um dos que viu sua vida se transformar com a chegada da mineradora Lundin Mining à cidade. Ele entrou na empresa em 2006, como amostrador — cargo de menor remuneração na época. “Ganhava pouco mais que um salário mínimo”, lembra.

Fagno Gonçalves: “era difícil arrumar emprego” l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Antes da mineração, Fagno trabalhava como servente de pedreiro. Segundo ele, Alto Horizonte era uma cidade pacata, com poucas oportunidades. “Era difícil arrumar emprego. Ou era na roça, ou na construção civil. Não tinha muita expectativa de vida para os jovens”, conta.

Com a expansão da mineradora, o cenário mudou. “A cidade cresceu. Bairros inteiros só existem por causa da mineração. E a empresa investiu muito na qualificação dos funcionários”, afirma. Fagno aproveitou os incentivos: concluiu cursos técnicos, duas graduações — Administração e Engenharia de Produção — e uma pós-graduação em Tratamento de Minério, tudo com apoio financeiro da empresa. “A Lundin custeava 80% do técnico e 60% do superior. Hoje, estou fazendo inglês com 100% pago por eles”, diz agradecido.

Atualmente engenheiro de processo, cargo que assumiu em 2022, Fagno credita seu crescimento profissional e estabilidade financeira à oportunidade que teve na empresa. “Tenho duas casas aqui em Alto Horizonte e uma em Uruaçu. Tudo fruto de muito trabalho, com apoio da mineradora”, afirma. “O desafio foi grande, conciliar estudo, trabalho e família, mas valeu a pena.”

Para ele, a mineração não só mudou sua vida, como também o fez permanecer na cidade natal. “Se não fosse a mineradora, com certeza eu não estaria aqui. Mas hoje, eu tomo café com meus pais todas as manhãs antes de ir trabalhar. Isso não tem preço”, conclui.

Prefeito de Alto Horizonte destaca avanços em saúde e educação com recursos da mineração

Desde que assumiu a Prefeitura de Alto Horizonte em janeiro de 2025, o prefeito Diogo Rodrigues de Souza (Solidariedade) afirma ter promovido mudanças significativas nos serviços públicos da cidade, financiadas principalmente pela arrecadação gerada pela mineradora Lundin Mining. Ex-vereador e crítico da gestão anterior, Diogo ressalta que “todo recurso que entra no público através da mineração é retribuído à população em todas as áreas: na saúde, na educação, na moradia, na assistência social.”

Diogo Rodrigues – prefeito da cidade: “a arrecadação mensal do município gira em torno de R$ 12 milhões” l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Na área da saúde, o prefeito destaca melhorias que, segundo ele, colocam Alto Horizonte em um novo patamar. “Hoje nós temos raio-x, mamografia, tomografia. A farmácia está cheia de remédio desde o início do nosso mandato. Temos uma van que vai para Goiânia todos os dias, com pacientes, e uma casa de apoio que oferece café da manhã, almoço, janta e hospedagem.” Ele também ressaltou o aumento nas cirurgias e o fim da fila de regulação, além do esforço para trazer médicos especialistas ao município.

No setor educacional, a atual gestão teve que romper com contratos irregulares herdados, como o do SESI, que gerava dívida milionária à prefeitura. Diogo explica que retomaram parte do ensino médio e mantiveram cursos técnicos com o SENAI, mas planejam devolver o ensino médio ao Estado. “Vamos trabalhar com o Estado para oferecer cursos técnicos aqui mesmo,” afirmou, e destacou o desejo de trazer uma faculdade para Alto Horizonte, “Já era para ter faculdade aqui. Está no nosso plano de governo.”

Sobre o lazer e infraestrutura, o prefeito anunciou a reabertura do clube municipal à população “a custo zero” e destacou planos para a construção de uma praça com espaços esportivos e de lazer para os jovens. “Onde tem espaço de lazer, você atrai os jovens,” ressaltou. Ele também revelou as dificuldades financeiras deixadas pela gestão anterior, com uma dívida de cerca de R$ 13 milhões e investimentos inacabados, como no saneamento básico.

A habitação é outra prioridade da atual administração, que enfrenta um déficit de aproximadamente 370 casas no município. Diogo garantiu que “já tenho R$ 6 milhões em caixa para comprar 100 lotes” e prometeu entregar ao menos 100 moradias até 2026. Na zona rural, destacou avanços nas estradas com apoio do Governo do Estado, facilitando a vida dos produtores locais.

A arrecadação mensal do município gira em torno de R$ 12 milhões, dos quais cerca de R$ 2 milhões vêm da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM). “Sem a mineração, Alto Horizonte arrecadaria menos de R$ 1 milhão por mês”, afirmou.

O prefeito destacou a importância de se preparar para o futuro. “Se a mineração for embora hoje, o comércio fecha. Não adianta esperar o pós-mineração. Temos que nos preocupar agora.”

Ele afirma que já há articulações com empresas interessadas em se instalar na cidade. “Estamos conversando com empreendimento ligados ao setor de leite, com potencial para gerar 100 a 150 empregos. Mas precisamos oferecer incentivos, como terreno e isenção de impostos no início.”

Sede da prefeitura municipal l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Rodrigues defende o investimento no pequeno produtor como alternativa à dependência da mineração. “Temos produtores que tiram 1.200 litros de leite por dia. Se a prefeitura ajudar agora, futuramente eles não vão depender do poder público. Essa é uma forma de garantir sustentabilidade econômica para o município.”

Ex-prefeito Cabo Borges lista obras e programas executados durante 16 anos de gestão em Alto Horizonte

Procurado pela reportagem, o ex-prefeito de Alto Horizonte, Cabo Borges, que comandou o município por quatro mandatos, enviou uma relação das principais obras e programas realizados ao longo dos 16 anos em que esteve à frente da administração municipal.

Entre as obras de infraestrutura, Cabo Borges destacou a construção da rede de esgoto e água pluvial, da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e do anel viário. Segundo ele, foram pavimentados setores como Parque das Araras, José Basílio e Bela Vista, além de executado o recapeamento asfáltico em toda a cidade. Também foram construídas 16 pontes de concreto, 200 mata-burros e mais de 200 poços artesianos para produtores rurais.

Na área habitacional, o ex-prefeito afirma que foram construídas mais de 500 casas e doados mais de mil lotes urbanos. Ainda segundo ele, houve regularização fundiária de mais de mil imóveis nos bairros Centro e Parque das Araras.

Estádio Municipal l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

No setor educacional, Cabo Borges menciona a construção do Colégio Municipal Divino Bernardo Gomes, do CMEI Maria Angélica e a reforma e ampliação da Escola Municipal Cora Coralina. O município também implantou o SESI na rede municipal de ensino e criou programas de incentivo aos estudantes, como o “Médico Alto Horizonte”, que oferece bolsa para alunos de medicina, e a “Bolsa Universitária”.

Outras ações listadas incluem a construção do Hospital Municipal, que conta com centro de radiologia e análises clínicas, além de unidades de saúde como os PSFs I e II, Fisiocentro, Centro de Especialidades em Odontologia e a sede da Secretaria Municipal de Saúde.

Também foram entregues equipamentos e prédios públicos, como o Estádio Municipal, Parque de Exposições, Clube Municipal, Telecentro, Feira Municipal, Cantina Municipal, almoxarifado, sede da Prefeitura, sede do Conselho Tutelar, Centro de Vigilância Sanitária, Canil Municipal, sede da Secretaria de Agricultura, o CDCA, o CIOPES e o Centro de Homenagens Fúnebres.

Entre os programas sociais criados na gestão de Cabo Borges, estão o “Aprender”, que oferece estágio com bolsa subsidiada pela prefeitura, o “Mais Dignidade”, que transfere recursos via Pix para famílias em situação de vulnerabilidade, além da criação da Unidade de Apoio ao Idoso (UAI) e do Centro de Apoio Psicossocial (CAPE).

Clube do Povo l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

“Se a mineração fechar, a cidade fecha junto” afirma presidente de associação comercial

A dependência econômica de Alto Horizonte em relação à mineração é tão intensa que o encerramento das operações da mina Maracá, da multinacional Lundin Mining, pode levar o município ao colapso, alerta Jenner Byron Ramos de Menezes, presidente da Associação Comercial e Industrial local.

“A nossa estrutura funciona como uma corrente que liga o município à mineração Maracá, porque hoje a gente só tem uma única receita”, afirma. “Se a mineração fechar, acredito que, no mínimo, 50% das empresas daqui fecham e vão embora. A população sobrevive disso.”

Com cerca de 6 mil habitantes e aproximadamente 600 CNPJs, a maioria microempreendedores, Alto Horizonte apresenta um crescimento econômico e urbano visível, como ruas asfaltadas e prédios públicos modernos. No entanto, para Jenner, esse progresso é frágil e tem prazo de validade.

“O município não está preparado para um cenário pós-mineração. De 2005 até agora foi só gastando, não se preparou para o futuro”, alerta. “Se perder a receita da mineração, não dá conta nem de pagar a folha de pagamento. Vai virar uma cidade fantasma.”

Jenner Byron Ramos: “o município precisa romper o “cordão umbilical” com a mineração” l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

Antes do avanço da mineração, a economia local era baseada na agropecuária, setor hoje abandonado e sem atração de mão de obra. Para Jenner, a zona rural é “o segredo para o crescimento e a estruturação do município” e merece investimentos. Ele cita projetos como a piscicultura para diversificar a economia e criar sustentabilidade local. “Se você estrutura um projeto, mostra que é possível produzir, escoar e lucrar, a indústria vem. Não é a mesma receita da mineração, mas sustenta o município.”

Jenner também critica a falta de ações efetivas do poder público para preparar Alto Horizonte para o futuro. “A própria mineradora se preocupa com isso. Quem não está se preocupando são os gestores”, reclama. “Outras cidades já correm atrás do prejuízo. Nós ainda temos tempo. É hora de pensar e agir antes de faltar.” Segundo ele, o município precisa romper o “cordão umbilical” com a mineração, que é finita e pode encerrar as atividades a qualquer momento.

Apesar das melhorias visíveis na infraestrutura urbana, como saneamento e saúde, Jenner ressalta problemas e fragilidades. “Até 2022, a saúde te atendia muito bem. De meados de 2023 para cá, tudo foi voltado ao SUS. O dinheiro que o município gastava com saúde reduziu bastante.” E alerta para questões no saneamento, como entupimentos frequentes: “A gestão atual deveria fazer um levantamento e mostrar a real situação da rede.”

Em suma, Jenner destaca que a juventude não mantém mais o vínculo com a terra, tornando urgente o desenvolvimento de oportunidades sustentáveis. “Hoje o jovem não quer voltar para a zona rural. Ele quer crescer, estudar, ir para um centro maior. Isso é natural.” Ele conclui com um alerta: “Campos Verdes entrou em crise, mas ainda tinha zona rural produtiva. Niquelândia tem turismo. Minaçu tem pecuária forte. E nós, temos o quê? É agora ou nunca.”

Avenida Getúlio Vargas, onde há vários comércios l Foto: Fabio Costa/Jornal Opção

A Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços do Estado de Goiás (SIC) informou que o Plano Estadual de Recursos Minerais (PERM) 2022–2042, que está em sua fase final, prevê, dentro do seu programa de desenvolvimento do “Cluster Mineral”, estratégias para a diversificação da economia regional. O objetivo é fortalecer outras cadeias produtivas a partir das atividades de mineração, considerando a boa aplicação da arrecadação oriunda da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) em municípios como Alto Horizonte e Nova Iguaçu de Goiás, em prol do desenvolvimento econômico sustentável da região.

O município de Alto Horizonte também lançou o Plano Decenal de Desenvolvimento Econômico (PDDE), em parceria com a organização Agenda Pública e com o apoio estratégico da mineradora Lundin Mining. Esse plano, em consonância com o PERM, tem como foco a diversificação econômica, o desenvolvimento social e ambiental, e a colaboração entre os setores público, privado e a sociedade civil para impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável.

A SIC ressaltou que a Lundin Mining tem uma presença econômica significativa em Goiás, por meio de tributos, compensação financeira (CFEM), geração de empregos e compras locais.

Além disso, o bem mineral da operação da empresa é o minério de cobre, um mineral estratégico com muita importância pela sua aplicação em produtos e processos de alta tecnologia, mas, principalmente por ser essencial para a economia de Goiás e do Brasil, pela geração de superávit na balança comercial.

A importação possibilita o acesso a produtos e tecnologias de ponta, estimulando a inovação ao criar a necessidade de capacitação e qualificação da mão de obra local. Esse processo impulsiona o desenvolvimento tecnológico das empresas prestadoras de serviços, fortalecendo sua competitividade e capacidade de adaptação.

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