Poucos políticos são tão obstinados e realistas quanto Ronaldo Caiado. O governador de Goiás, como político profissional, examina as pesquisas quantitativas e qualitativas com o máximo de rigor.

Mas Ronaldo Caiado sabe também que, se se fiar apenas em pesquisas, que registram um momento dado mas não têm como perceber o futuro, o que vai acontecer, não irá a lugar algum. Por isso, opera — ou seja, se apresenta ao país, um dos maiores do mundo — para se tornar mais conhecido.

Quanto mais conhecido no país, em todas as regiões, mais tende a aparecer bem ranqueado nas pesquisas de intenção de voto para presidente.

Uma coisa é certa: dada sua obstinação, Ronaldo Caiado será candidato a presidente da República em 2026.

Paulinho da Força: presidente do SD aposta em Ronaldo Caiado | Antonio Augusto/Câmara dos Deputados

No momento, Ronaldo Caiado é o pré-candidato que apresenta um discurso mais contundente e consistente — amparado por sua experiência como gestor — em termos de economia e segurança, para citar dois temas candentes, para melhorar o Brasil. Suas críticas ao governo Lula da Silva (PT) são, no geral, as mais adequadas; cirurgicamente, precisas.

Para ser candidato, obviamente, Ronaldo Caiado precisa de um partido político. Quanto mais forte, melhor. Federados, o União Brasil de Ronaldo Caiado e ACM Netto (mas também de Antônio Rueda) e o pP do senador Ciro Nogueira e do deputado Arthur Lira são fortes. Fortíssimos.

A questão é que, roendo a corda, Antonio Rueda e Ciro Nogueira podem negociar para bancar o vice do candidato do bolsonarismo.

Se o candidato do bolsonarismo for Ronaldo Caiado, a dupla dinâmica poderá apoiá-lo para presidente. Ciro Nogueira opera para ser o vice do candidato a presidente pelo bolsonarismo, notadamente de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, ou de Michelle Bolsonaro, mulher de Jair Messias Bolsonaro.

Se houver problemas no União Brasil, o que fará Ronaldo Caiado? Diga-se, de cara, que o governador sempre fala a mesma coisa: planeja e opera para ser candidato a presidente pelo União Brasil, seu partido há tempos.

E não for possível pelo União Brasil? Não se sabe. Porque os dados não foram lançados.

Mas quem observa política com atenção tem percebido que Paulinho da Força, presidente nacional do Solidariedade, tem se aproximado de Ronaldo Caiado. Assim como a cúpula nacional do PRD — que inclui a deputada federal Magda Mofatto e o presidente do partido, deputado Marcus Vinícius Neskau.

Portanto, em dobradinha, o PRD e o Solidariedade poderão apoiar Ronaldo Caiado para presidente da República. Vale lembrar que Fernando Collor e Jair Bolsonaro foram eleitos, em 1989 e 2018, por partidos pequenos — o PRN e o PSL.

Entretanto, neste momento, por uma questão racionalista, Ronaldo Caiado opera para ser o candidato a presidente do União Brasil e do pP. (E.F.B.)