Numa longa entrevista concedida ao jornalista Mauricio Lima, diretor editorial da revista “Veja”, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) sugere que pode ser candidato a presidente da República em 2026, daqui a um ano e quatro meses.
O repórter pergunta: “Pensa em ser candidato a presidente da República?” Eduardo Bolsonaro assinala: “Obviamente, se for uma missão dada pelo meu pai, vou cumprir. Inclusive meu nome já figurou em algumas pesquisas. Fiquei feliz”.
O parlamentar faz a ressalva, certamente para não ofender o pai e guru — sugerindo que seria carta fora do baralho, dada a condenação que o tornou inelegível —, de que “quem deveria ser o candidato é o Jair Bolsonaro (PL), que inclusive lidera diversas pesquisas”.
Inquirido se o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) — que dizem ser o preferido de Jair Bolsonaro —, vai ser candidato a presidente, Eduardo Bolsonaro o descarta, com relativa habilidade política: “Ele tem dito que o objetivo dele é a reeleição ao governo de São Paulo”.
Eduardo Bolsonaro rifa Tarcísio de Freitas de maneira discreta, até para não interferir nas articulações do pai, que considera o governador de São Paulo como plano B. Jair Bolsonaro ainda se apresenta como plano A.
Michelle Bolsonaro parece não empolgar o enteado Eduardo Bolsonaro. O parlamentar não fala mal da ex-primeira-dama, mas não faz questão de colocá-la como alternativa. Sua fala: “Michelle tem uma rejeição muito baixa, um discurso muito próximo das pessoas evangélicas e da pauta das mulheres”. E só.
Eduardo Bolsonaro não diz, mas deixa implícito que falta uma ponte entre Michelle Bolsonaro e os católicos. E acrescenta: “Mas é Jair Bolsonaro, na verdade, quem vai decidir. Bolsonaro continua sendo o grande player não só da direita, mas das próximas eleições. Não há direita no Brasil sem Jair Bolsonaro. Ele é o líder”.
A entrevista à “Veja” revela um Eduardo Bolsonaro mais articulado, inclusive nos ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Os excessos continuam, mas seu discurso está modulado e estruturado.
O repórter da “Veja” diz que Eduardo Bolsonaro está mais “calculista”. (E.F.B.)